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Exército Brasileiro e Hospital Albert Einstein levam saúde a comunidades indígenas em São Gabriel da Cachoeira

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São Joaquim (AM) – Com apoio do Exército Brasileiro, mais de 700 indígenas das comunidades São Joaquim, Camanaus e adjacências foram assistidos por médicos do Hospital Israelita Albert Einstein que integraram a missão humanitária na comunidade Koripaku. A localidade é conhecida por ser a mais distante da cidade de São Gabriel da Cachoeira (AM), na fronteira com a Colômbia, área remota da 2º Brigada de Infantaria de Selva, conhecida como a “cabeça do cachorro”.

Inicialmente, o Distrito Sanitário Especial Indígena realizou um levantamento detalhado da estrutura logística necessária e das principais demandas de especialidades médicas das comunidades. Durante o planejamento, o maior obstáculo encontrado foi a dificuldade para empresas aéreas realizarem o transporte de Manaus a São Joaquim, devido ao peso da carga. Diante do desafio, uma parceria foi estabelecida com o Exército Brasileiro, que se comprometeu a fornecer todo o apoio logístico necessário para levar mais de duas toneladas de materiais, incluindo medicamentos e equipamentos médicos, para as comunidades.

Foram mais de seis anos de estudos e preparativos para a equipe do Albert Einstein, que conseguiu concretizar a ação com o apoio Logístico do Comando Militar da Amazônia. Para a missão, militares da 2ª Brigada de Infantaria de Selva e do 3º Pelotão Especial de Fronteira, em São Joaquim (AM), desencadearam a Operação Içana Pixuna – referência ao nome dos rios percorridos pela equipe ao longo da última semana de março. Aos especialistas do Hospital Albert Einseint uniram esforços pediatras, ortopedistas e dentistas do Hospital Militar de São Gabriel da Cachoeira.

Os profissionais de saúde partiram de São Gabriel da Cachoeira em quatro voos dos aviões Caravan. Em São Joaquim, a equipe médica do Pelotão Especial de Fronteira organizou uma estrutura para iniciar os atendimentos médicos. Foram três dias de atendimentos na comunidade indígena de São Joaquim e adjacências, com foco em Camanaus. As equipes e equipamentos foram divididos nas voadeiras (embarcações comuns nos rios da região) para seguir a missão. Cada embarcação foi guiada por militares indígenas da etnia Koripaku, que integram as fileiras do Exército.

São mais de 8 horas navegáveis, porém há obstáculos pelo caminho, como duas cachoeiras com correnteza e muitas pedras a serem ultrapassadas. Nesses locais, é necessário descer todo o peso das embarcações. Militares e civis se juntam para realizar a travessia das voadeiras, em um esforço logístico que leva cerca de duas horas. No final da tarde, chega-se a Camanaus. O percurso segue pela selva por mais 2 km de subida. A mata é fechada, mas é possível observar o caminho por onde os comunitários pisam para chegar às margens do rio do lado brasileiro. No caminho, há uma estrutura construída pelo General Rodrigo Otávio que marca a fronteira do Brasil e Colômbia. O capitão da comunidade recebeu a equipe, médicos e militares, e relembrou do período em que foi soldado do Exército Brasileiro, durante oito anos.

Em Camanaus, os comunitários receberam a equipe com cantos de boas-vindas e realizaram o hasteamento do pavilhão brasileiro, entoando o Hino Nacional. Logo após a recepção, a equipe médica iniciou os atendimentos. Uma comunitária, Melissa Koripaku, chegou ao local carregada em uma maca com fortes dores. Os médicos se revezaram durante a madrugada para manter a indígena assistida. No dia seguinte, com apoio da DSEI e do Hospital de São Gabriel, a paciente foi transferida para a cidade de São Gabriel a fim de seguir com o tratamento de uma infecção generalizada.

Muitos indígenas nunca tinham recebido atendimento médico e tiveram oportunidade até de serem tratados pela telemedicina do Albert Einstein. Na comunidade, a equipe do hospital pernoitou duas noites em redes de selva e se alimentou de ração operacional, meios de suprimentos utilizados pelo Exército em atividades na selva.

A operação foi marcada pela coesão da tropa, pela integração com outras instituições e pela determinação de chegar a lugares remotos onde poucos estão dispostos a ir. Essa demonstração de solidariedade reflete o espírito de cumprimento da missão e a dedicação das instituições para fornecer assistência humanitária às comunidades indígenas mais isoladas do nosso Brasil.

 

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