Chefe do Estado-Maior do CMA palestra na comunidade Luso-Brasileira do Amazonas

Manaus (AM) - A data 10 de junho marca celebrações importantes para os portugueses. Em 2024, a comunidade celebrou os 500 anos do nascimento do renomado poeta português Luís de Camões, cuja obra imortalizou a epopeia dos descobrimentos portugueses. Outro fato importante é que nessa data, o mundo celebra o dia de Portugal. No Amazonas, as festividades também foram comemoradas pela Comunidade Portuguesa e Luso-Brasileira da região e o Comando Militar da Amazônia (CMA), por intermédio do Chefe do Estado Maior, General Triani, palestrou sobre os marcos históricos portugueses na região, ressaltando seu importante papel para o desenvolvimento do estado, de outras regiões que integram o CMA, e do Brasil.

Durante a apresentação, o General Triani destacou a importância da visão estratégica de Portugal durante a época das grandes navegações, que levou à conquista e ocupação de vastos territórios na Amazônia brasileira. A palestra abordou também as estratégias de ocupação e integração utilizadas pelos portugueses. Na Amazônia mencionou a criação de fortificações, com destaque ao Forte Príncipe da Beira que desempenhou um papel crucial na defesa do território contra invasões estrangeiras. Até hoje, a estrutura encontra-se erguida, considerada uma das maiores engenharia militar portuguesa construída na margem direita do rio Guaporé, no município de Costa Marques, em Rondônia (RO), fronteira com a Bolívia.

O evento também foi uma oportunidade para celebrar a vida e a obra de Luís de Camões, cujos 500 anos de nascimento são comemorados em 2024. O General Trini ressaltou ainda a importância de Camões não apenas como poeta, mas também como cronista dos descobrimentos portugueses. Suas obras, especialmente "Os Lusíadas", eternizaram as aventuras e os desafios enfrentados pelos navegadores portugueses, incluindo a exploração da Amazônia.
Outro exemplo significativo é o Forte de São José do Rio Negro, construído em 1669, onde atualmente está a cidade de Manaus, local que acolhe a sede do CMA. Este forte foi vital para assegurar o controle português sobre o alto Amazonas e promover a ocupação e colonização do interior da região.
Durante a explanação, o General destacou também a importância da expedição de Pedro Teixeira que teve um impacto duradouro nas negociações entre Portugal e Espanha sobre as fronteiras na América do Sul. As informações e reivindicações territoriais derivadas da expedição foram utilizadas nos tratados posteriores, como o Tratado de Madrid de 1750, que redefiniu as fronteiras entre as colônias portuguesas e espanholas.
O Tratado de Madrid reconheceu o princípio do "uti possidetis", que permitia que os territórios fossem reconhecidos com base na ocupação efetiva e uso econômico. A expedição de Pedro Teixeira foi uma prova concreta da ocupação portuguesa na bacia amazônica, contribuindo para a definição das fronteiras atuais do Brasil.
Pedro Teixeira é lembrado como um dos maiores exploradores da Amazônia. A expedição não apenas ampliou o conhecimento sobre a região, mas também consolidou a presença portuguesa na Amazônia, influenciando a geopolítica sul-americana por séculos. Seu legado é comemorado na história do Brasil e de Portugal, simboliza a coragem e a determinação dos exploradores que desbravaram o desconhecido.
O Capitão-Mor Português, Pedro Teixeira é homenageado no mais novo espaço cultural do CMA, que abrange desde a chegada dos portugueses no Brasil até as atividades atuais deste Comando Militar de Área.
A palestra do General Triani não só resgatou esses aspectos históricos, mas também ressaltou a importância de compreender e valorizar o passado para enfrentar os desafios atuais e futuros da Amazônia. O conhecimento sobre as estratégias portuguesas de ocupação e exploração proporciona uma base para refletir sobre a ocupação sustentável e a preservação da rica biodiversidade amazônica.
O evento foi um marco significativo nas comemorações do Dia de Camões e dos 500 anos de nascimento de Luís de Camões, reunindo a comunidade portuguesa e luso-brasileira do Amazonas em uma celebração da herança comum. A palestra do General Triani foi uma oportunidade para relembrar a importância histórica da presença portuguesa na Amazônia e refletir sobre o impacto duradouro na formação da identidade cultural e geopolítica da região.